A chuva, por ser água, traz vida em si. No entanto, para muitos, carrega também morte e tristeza, dependendo de sua intensidade. Que o digam e testemunhem aqueles que perdem seus lares nas grandes enchentes, e quem sabe até seus entes queridos... contudo, observando a tempestade e a natureza à minha volta, sentada em minha varanda, vi que muitas folhas caíam das árvores durante a ventania e a chuva forte, enquanto tantas outras, firmes em seus galhos e no tronco principal, conservaram sua vida. Felizmente, estas são a maioria, senão, a cada chuva, a natureza teria que se refazer por completo...
Então pensei que assim também somos nós, homens e mulheres, “folhas de Deus” na natureza humana, passando por tantas e tantas tempestades em meio ao nosso caminhar neste mundo. Alguns ficam pelo caminho, caem de seus galhos, ficam perdidos, morrem em seus sofrimentos... outros agarram-se com todas as suas forças ao tronco principal, a videira que é o Cristo, e seguem vivos, viçosos, prontos para florescer após a tempestade. Não que seja fácil o processo de recomeçar, mas os que persistem e permanecem firmes, conseguem ouvir, junto com as últimas gotas fecundas de chuva, o cantar dos pássaros que começam a sair de seus ninhos, e quem sabe até, ver no horizonte o arco-íris se formando, sinal de que Deus sempre esteve presente, mesmo nos momentos mais difíceis.
Agora eu ouço os pássaros... minhas lágrimas caem como caem as gotas da chuva que ficaram nas folhas das plantas ao meu redor. A tempestade passou. Eu descanso em Deus, aconchego-me em Seus braços e agradecida espero o sol que, eu sei, virá novamente. O tempo e a hora, Deus somente sabe. Mas a Sua Aliança, esta eu sei que é eterna.
