06 dezembro, 2008

TRANSFORME SUA CRUZ EM FONTE DE BÊNÇÃOS

"Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou". (Jo 13, 1)

Com essas palavras o evangelista João começa o seu relato das últimas horas da vida mortal de Jesus. O caminho que levou o Senhor até ao alto do Calvário foi, sem dúvida alguma, um trajeto de dor e sofrimento, cercado por todos os lados de rancor e ingratidão. Porém, tornou-se um caminho de bênção e salvação porque foi trilhado por Alguém cujo coração jamais se deixou endurecer pela provação. A estrada do Gólgota tornou-se o lugar onde o amor venceu e onde aquilo que antes era derrota e maldição transformou-se em vitória e vida.

Querido irmão, hoje é a sua vez de trilhar o caminho da cruz. Certamente você também se vê, muitas vezes, cercado por ingratidões, incompreensões, injustiças... Cabe a você transformar a estrada diária do Calvário em fonte de graças, percorrendo-a com o coração tomado de amor e perdão. Naquela situação onde tudo parece perdido e o coração é ferido de morte, permita que o Amor vença através de você e transforme suas dores em fonte de salvação e paz.

Um gesto de Jesus nos ensina de modo especial a abraçar a cruz com amor e confiança e transformá-la em fonte de graças. Segundo São João, Jesus deu seus primeiros passos em direção ao Calvário no Cenáculo, ou seja, no lugar onde pela última vez ceou com seus discípulos (Jo 13, 2). Naquela ceia, Jesus consumou, no seu coração, o desejo de entregar tudo por seus amigos: “Isto é o meu corpo, entregue por vós”, “Isto é o meu sangue, derramado por vós”. O corpo ferido de morte na Cruz já havia sido entregue na Ceia; o sangue derramado no Calvário já havia sido oferecido no Cenáculo. Tudo isso Jesus realizou numa festa pascal, ou seja, num momento em que tudo acontecia “em meio a ações de graças”. O primeiro passo em direção à cruz foi dado por Jesus “em ação de graças”, ou seja, num gesto de louvor (daí a palavra Eucaristia – ação de graças – para designar a Ceia do Senhor). Quando aprendemos a caminhar em direção à cruz não praguejando ou amaldiçoando, mas louvando e abençoando nossa vida, nosso coração não se deixa amargar pelo peso da dor.

Muitas vezes se repete na Bíblia a expressão “sacrifício de louvor” (Sl 49, 14; 115, 8). Originalmente, a palavra ‘sacrifício’ significa ‘tornar algo sagrado; tornar algo santo; consagrar’. Ora, ‘sacrifício de louvor’ significa que o louvor que brota do coração nos momentos mais distintos da vida é capaz de santificá-los, consagrá-los, torná-los fonte de bênção. A cruz do Senhor foi fonte e não fim porque foi abraçada por Alguém com o coração grato ao Pai, Alguém que a santificou pelo seu louvor e pela entrega de sua vida.

Amado irmão, o louvor torna santo até o seu sofrimento; o louvor consagra as suas dores; o louvor torna fonte e rio de bênção aquilo que os outros podem considerar o seu fim. Hoje o Espírito Santo está perguntando a você: sua cruz já se tornou fonte ou você ainda pensa que ela é sua derrota? Seu sofrimento já é um sofrimento consagrado ou ainda é um sofrimento amaldiçoado por palavras de rancor e de revolta? Você pode transformar toda essa situação oferecendo ao Pai, com Jesus, o seu sacrifício de louvor. Vamos fazer isso agora?

PAI AMADO, meu coração crucificado quer te louvar agora. Quero transformar minha cruz do dia de hoje em fonte de bênção. Eu te agradeço, meu Deus e meu Pai, porque sei que sempre cuidas de mim. Meu sofrimento é, a partir de agora, um sofrimento consagrado; minhas dores são, a partir de agora, dores santificadas pelo teu Espírito Santo que me ensina a olhar para a cruz não com medo, mas com confiança. Obrigado, Pai querido, porque sei que tenho um encontro marcado contigo nessa cruz que agora se revela aos meus olhos. Ela não vai me afastar de Ti mas, ao contrário, vai me lançar ainda mais nos teus braços de amor. Por tua proteção e teu cuidado na minha vida, Senhor, muito obrigado. Em Nome de Jesus, meu Salvador, abro mão de reclamar, praguejar e amaldiçoar e abraço a cruz de hoje na certeza de que o meu Pai Celestial está comigo. Amém.

 Pe. Antônio José

Fonte: www.riodedeus.com

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